Lixão de mais de 700 metros revolta moradores do Vitória Régia e Ipanema

Lixo de diversos produtos é despejado em plena via pública, bem como focos de incêndio também são vistos no local

Um lixão localizado na Travessa Alfredo Ribeiro, entre os bairros Vitória Régia e Ipanema, em Santarém, intriga moradores das proximidades. Quem caminha no local constata, que num perímetro de aproximadamente 700 metros, entre a rodovia Santarém-Cuiabá e a Travessa Caranã, lixo de diversos produtos são despejados em plena via pública.

São resíduos sólidos da construção civil, vasos sanitários, geladeiras, troncos de árvores, garrafas pet, latinhas de cerveja e refrigerante, sacos plásticos, peças de carros, estofados, móveis, eletrônicos, papelão, entre outros. Focos de incêndio também são vistos no local.

Os problemas ocasionados pelo lixão geram reclamações de moradores. “Eu o nesse local diariamente para levar minha filha na escola. Quando a gente inala essa fumaça desse lixo, eu e minha filha não ficamos bem, a tosse é instantânea. A questão é que além de jogar lixo nesse local, os moradores também tocam fogo, aí o problema se agrava”, declarou a dona de casa, Kelly Linhares.

O terreno desnivelado facilita o escoamento do chorume – líquido preto impregnado por milhões de bactérias – resultado da falta de adequação dos resíduos. Apesar de estar em uma área não muito distante da zona urbana, boa parte dos santarenos desconhecem o local.

O local é o destino final dos resíduos de moradores das proximidades, porém, devido ao funcionamento precário, é classificado como lixão a céu aberto. O chorume carbônico é lançado diretamente na atmosfera e a falta de tratamento do lixo prejudica a vegetação no entorno da área. O mau cheiro também afeta as famílias que vivem próximo.

Kelly revelou que já presenciou até descarte de lixo hospitalar na área. Segundo ela, o que deveria ser incinerado acaba sendo jogado no local. “Eles pegam o lixo e jogam aqui. Eu não concordo, porque deve vir muita coisa contaminada dos hospitais, muita coisa feia. Isso pode causar contaminação para as famílias que moram aqui”, observou.

A preocupação maior por parte dos moradores é quanto ao período chuvoso, uma vez que estes objetos podem acumular água e atrair o mosquito da dengue (aedes aegpty).

As crianças são as que mais sofrem com o mau cheiro causado pelo lixão. Algumas casas ficam em frente ao lixão. “Tem gente que vem aqui só pra jogar lixo, deixar tudo sujo. Todo dia a gente tem que sentir esse cheiro horrível, é muito ruim”, contou Gustavo Nunes, de 8 anos, estudante.

Segundo moradores, a falta de consciência de muitas pessoas revolta quem cumpre com o dever de organizar o lixo corretamente até a agem do carro coletor. Além disso, o lixo de outras partes da cidade é depositado no terreno. “Isso faz é mal pra saúde”, reclama a dona de casa Kelly.

A poucos metro do local, muito lixo também é visto por quem trafega na BR-163, no bairro do Cambuquira. Animais mortos, sacos plásticos e peças de carros incomodam os condutores de veículos. “A gente trafega aqui na rodovia e vê essa grande quantidade de lixo. Isso é horrível pra Santarém. As autoridades deveriam tomar providências”, desabafou o motorista, Dorival Freitas.

LIXÃO DO JUÁ: Embora a Lei Federal proíba lixões em território nacional desde 2014, em Santarém a Legislação é descumprida e moradores das margens do Lago Juá já não sabem mais o que fazer com o depósito de lixo que invade até a estrada de o à comunidade, que fica na zona rural.

A pista é o principal o à comunidade, porém, o lixão recebe várias toneladas de detritos por dia. O vai e vem de caminhões é intenso e a frustração do pescador de codinome “Pelé”, também. “Como que você vive com o lixo na porta da sua casa? Tudo é vergonhoso, é falta de higiene, é falta de saúde”, declarou.

Alguns moradores se arriscam a ar no local, onde em dias de chuva, segundo eles, a situação piora. Muitos deles têm que andar no meio dos resíduos para chegar até a rodovia Fernando Guilhon, para ter o ao centro de Santarém.

De acordo com Pelé, fica difícil até receber visitas. “Eu peço para não virem, eu arrumo uma desculpa, digo que vou viajar também, porque é vergonhoso esse lixão”, lamenta.

Por: Jefferson Miranda

Fonte: RG 15/O Impacto

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